quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Goethe, Johann Wolfgang

Tenho tanta coisa e a lembrança dela tudo devora! Eu tenho tanta coisa e sem ela tudo se reduz a nada.

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digo para comigo: "Eis o que tu és nesta casa! Tudo em todos.* Os teus amigos têm consideração por ti! Muitas vezes lhes dás alerias e o teu coração supõe que não poderias existir sem eles. Todavia, se tu partisses, se te afastasses dessa roda, sentiriam eles o vácuo que a tua ausência causaria ao seu destino? E por quanto tempo? Ah, o homem é tão efêmero que, mesmo ali onde tem certeza da sua existência, onde pode deixar a única e verdadeira impressão da sua presença, ou seja, na memória, na alma dos seus amigos, mesmo ali deve apagar-se e desaparecer, e isto tão logo!"

*parafrase da Primeira Epístola aos Coríntios (nota do Marcelo Backes, tradutor da edição L&PM pocket)

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Por vezes sinto vontade de rasgar-me o peito, de partir-me o crânio, ao ver de quão pouco somos capazes uns em relação aos outros. Ah, o amor, a alegria, o ardor, as delícias que não alcanço por mim, não mas dará outro, e, com o coração a transbordar de venturas, não poderia tornar feliz a este mesmo outro ao vê-lo frio e sem forças diante de mim.

Até aqui retirados do livro Os sofrimentos do Jovem Wether

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Nesse mundo há muitas palavras e poucos ecos.

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