segunda-feira, 16 de abril de 2007

Holanda, Chico Buarque de

quantos artistas entoam baladas para suas amadas com grandes orquestras. como os invejo, como os admiro, eu que te vejo e nem quase suspiro. quantos poetas românticos, prosas, exaltam suas musas com todas as letras. eu te murmuro, eu te suspiro, eu que soletro teu nome no escuro. me escutas, Cecilia? mas eu te chamava em silêncio. na tua presença palavras são brutas. pode ser que entreabertos os mues lábios de leve tremessem por ti. mas nem as sutis melodias merecem, cecilia, teu nome espalhar por ai. como tantos poetas, tantos cantores, tantas cecilias com mil refletores. eu que não digo mas ardo de desejo. te olho, te guardo, te sigo, te vejo dormir.

*

Ah, se já perdemos a noção da hora, se juntos já jogamos tudo fora, me conta agora como hei de partir. Ah, se ao te conhecer, nem pra sonhar fiz tantos desvarios, rompi com o mundo, queimei meus navios,me diz pr´onde que inda posso ir. Se nós nas travessuras das noites eternas já confudimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir. Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu. Como se na desordem do armário embutido, meu paletó enlaça o teu vestido e o meu sapato ainda pisa no teu. Como se nos amamor feitos dois pagãos, teu seios inda estão nas minhas mãos, me explica com que cara eu vou sair. Não, acho que estas te fazendo de conta, te dei meus olhos pra tomares conta agora conta como hei de partir.

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